Melhoramento de plantas é tema de Simpósio em Brasília-DF

Foto: Juliana Caldas
O IV Simpósio de Melhoramento de Plantas, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Melhoramento de Plantas (regional DF) e organizado pela Embrapa e UnB, foi realizado nos dias 24 e 25 de outubro, no auditório Irineu Cabral, na Embrapa Sede. O evento reuniu estudantes de graduação e pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento com professores e pesquisadores da área de melhoramento genético vegetal. O simpósio foi considerado pela professora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (FAV/UnB) Nara Souza, presidente do evento, um grande sucesso, com mais de 270 inscritos. “Por se tratar do melhoramento de plantas, que é um segmento específico da agronomia, ficamos muito felizes com o resultado. Tivemos mais resumos enviados que todas as outras edições e conseguimos a premiação para os 10 (melhores), que foram apresentados de forma oral pelos alunos de graduação e pós-graduação. Isso permitiu a eles a oportunidade de demonstrarem sua pesquisa e treinarem a apresentação oral”, afirmou a docente.
O chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro, esteve presente e participou da abertura do evento. Segundo ele, o fato de hoje o Brasil ser um grande exportador de alimentos e produzir cinco vezes mais alimentos do que seria necessário para abastecer o mercado interno, em comparação com a década de 70, quando importava alimentos, se deve em grande parte ao melhoramento genético de plantas, que contribuiu em muito para essa revolução que aconteceu na agricultura brasileira nos últimos anos. Da Embrapa Cerrados, participaram como palestrantes os pesquisadores Ailton Pereira e Walter Quadros Ribeiro Júnior. O pesquisador Ailton Pereira fez parte do painel sobre melhoramento de espécies nativas e tratou dos resultados do projeto de melhoramento do pequizeiro, desenvolvido em parceria com a Emater-GO e iniciado em 1999. Após mais de 20 anos de pesquisa, em 2022 foram lançadas as primeiras cultivares de pequi (sendo três com espinhos e três sem espinhos).
O trabalho relacionado à propagação do pequi seguiu até 2005, sendo a enxertia a técnica escolhida para ser utilizada. Essa fase da pesquisa serviu de base para o que viria depois. “Uma vez dominada a técnica de propagação, nos tornamos aptos a garimpar o Cerrado em busca de matrizes de pequizeiros nobres para clonar e montar uma coleção de trabalho com fins de melhoramento genético e, também, de conservação da espécie. Percorremos mais de oito mil quilômetros, especialmente nos estados de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais”, contou.
As coleções foram implantadas em áreas da Emater-GO (Goiânia e Anápolis) e da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), contendo pequis de várias procedências e alta variabilidade genética quanto ao porte, forma de copa, época de floração e maturação, potencial de produção de frutos, tamanho de frutos e caroços, espessura e cor da polpa, espessura e resistência da casca, resistência e tolerância a doenças, dentre outras.
Montada a coleção, foram iniciadas as avaliações que levaram em conta aspectos quanto ao crescimento das plantas, arquitetura da copa, incidência de doenças, época de floração e maturação dos frutos, produção de frutos e caroços e relação peso de caroços e frutos. “A partir dessas avaliações, iniciamos a seleção e clonagem das plantas mais promissoras de acordo com nossos objetivos”, explicou o pesquisador.
Depois disso, segundo ele, foram feitos os clones que foram avaliados posteriormente em diferentes ambientes. Por fim, foram selecionadas e registradas as três cultivares de pequi sem espinhos (GOBRS 101, GOBRS 102 e GOBRS 103) e três cultivares de pequi com espinhos (GOBRS 201, GOBRS 202, GOBRS 203). Para auxiliar o produtor, também foi lançada na ocasião uma publicação com orientação para o cultivo do pequizeiro - acesse aqui.
Assista ao vídeo de lançamento das cultivares de pequi: https://www.youtube.com/watch?v=SJGBPjSFHOw

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