Secretaria de Saúde promove capacitação para combate à tuberculose

Após detectar alto número nos casos de tuberculose em Itabuna em 2012, a secretaria municipal da Saúde programou uma capacitação para médicos e enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde, a fim de esclarecer pontos fundamentais do diagnóstico, tratamento e acompanhamento da doença. O curso ministrado pela médica pneumologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVEP/SESAB, Maria do Carmo Corbacho, teve inicio hoje e continua amanhã no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (SINTESI).
Na capacitação estão sendo apresentadas explicações sobre o programa de controle da tuberculose. A secretaria municipal da Saúde recebeu da SESAB 500 lâminas para baciloscopia, teste específico para detectar a doença.
Segundo dados da DIVEP/SESAB foram detectados 128 casos no ano passado em Itabuna e destes somente seis pacientes fizeram retratamento. Do total de casos, 52,3% foram curados, 34,4% ignorados ou aparecem em branco, 7,8% abandonaram o tratamento e 3,9% foram transferidos. Itabuna está atualmente entre os 10 municípios prioritários do Ministério da Saúde.
A pneumologista Maria do Carmo disse que o interesse da Secretaria de Saúde é capacitar os profissionais evitando mortes e também a resistência ao tratamento. “A gente traz essas informações para os médicos para que eles possam repassar para outros colegas. A esperança é que em um momento próximo possamos ter a tuberculose controlada dentro do município de Itabuna” destacou.
A diretora de Vigilância a Saúde de Itabuna, Larissa Pimentel, explicou que atualmente no Brasil a tuberculose é um problema de saúde pública e no município a situação também ainda é complicada. “Nós encontramos um programa centralizado, com a assistência toda feita na Fundação SESP, enquanto a grande maioria dos municípios já trabalha com todas as suas unidades de saúde”, destacou.
A diretora lembra que esse curso é para sensibilizar os profissionais para que assumam essa responsabilidade em suas unidades, já que a taxa de abandono acaba reduzida quando a equipe de saúde assiste o paciente. “A nossa equipe da Vigilância vai capacitar os outros profissionais. Temos três estratégias: detectar precocemente, tratar o paciente e fazer com que ele não abandone o tratamento” frisou.
“O diagnóstico tardio é um dos maiores problemas” lembrou Rosangela Palheta, assistente Social da DIVEP, explicando que é preciso mobilizar pessoas que lembrem que a doença existe e que deve ser diagnosticada. A médica Aldeir Santos, que atende a Unidade John Leahy, no bairro do Zizo, participou do curso e destacou a importância de levar para a comunidade as informações obtidas. “É muito importante, porque a incidência é alta, embora não seja divulgado. A população da saúde não está informada dessa incidência tão alta”, adverte.
A pneumologista da DIVEP alerta para os sintomas que devem ser observados nos pacientes: tosse por três semanas, perda de peso e apetite, febre, dores no corpo e no peito. “As pessoas não devem deixar esses sintomas passar em branco como se fosse uma virose ou uma gripe. Devem pensar que pode ser tuberculose, pois quanto mais precoce for o diagnóstico melhor a chance de cura”. A doutora Maria do Carmo Corbacho diz que é fundamental que a população também pense na tuberculose, visto que pode ser uma doença de base e não será curada apenas com medicamentos para outras doenças, já que exige diagnóstico especifico.

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