Catadora de resíduos sólidos há mais de dez anos, Aderlinda Santana participou da concretização do antigo sonho das cooperativas e de trabalhadores do segmento - a instalação de uma unidade de beneficiamento de papel. A inauguração aconteceu nesta sexta-feira (25), no antigo galpão da Rede Ferroviária, no bairro da Calçada, em Salvador.
Com capacidade para processar até 16 toneladas de papel por dia, a unidade vai beneficiar 110 catadores de oito cooperativas de Salvador, região metropolitana e Recôncavo. “A expectativa é a gente ter ganho maior e melhor aproveitamento do material coletado”, disse Aderlinda.
A unidade é resultado da parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e o Centro de Arte e Meio Ambiente (Cama), organização social (OS) selecionada pelo Edital 08/2012, da Setre. O objetivo da iniciativa é apoiar projetos no contexto da economia solidária que visam a redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos, promovendo inclusão socioprodutiva.
No total, foi investido R$ 1 milhão, com aluguel de espaço, aquisição de equipamentos, computadores, impressoras, arquivos, armários para vestiários, toldos, big bags (sacolões), balanças digitais para a unidade e empreendimentos, além da máquina que realiza o beneficiamento, triturando e prensando o papel.
Produção
Para o presidente do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia, Joílson Santana, com a aquisição do equipamento, o ganho dos cooperados vai dobrar. “Atualmente vendemos aos atravessadores o quilo do papel por R$ 0,30. Com o beneficiamento, vamos a vender o quilo por R$ 0,60 diretamente à indústria”.
Ele acredita que o equipamento vai resolver o grande ‘gargalo’ da reciclagem - a logística da produção. “Com a capacidade de produção de até 16 toneladas/dia, não teremos problemas para estocar material. O grande desafio agora é aumentar a coleta”.
Durante a inauguração, o superintendente de Economia Solidária da Setre, Milton Barbosa, destacou que, além do aumento da produção e, consequentemente, da melhoria da renda e qualidade de vida dos cooperados, o projeto proporcionará ganho ambiental para as cidades por conta do trabalho dos catadores. “Eles recolhem das ruas o que para muitos é lixo, auxiliando na limpeza dos grandes centros, fazendo disso um meio de geração de renda”.
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