O artesão senegalês Gora Fall disse que aprendeu muita coisa com a participação na feira. “Com o que aprendemos em Salvador vamos poder fazer melhores negócios. Isso vai abrir portas para nós. Estamos aqui mostrando nosso trabalho, artigos de madeira e de tecidos africanos”.
Para o técnico do Centro Público de Economia Solidária de Sussuarana, Eduardo Zanatta, os senegaleses se interessaram pela economia solidária porque o artesanato é uma das atividades que têm participação expressiva. “Então eles buscaram este intercâmbio e nós fizemos a parceria, fornecendo infraestrutura para exposição neste lugar simbólico, que é o Centro Histórico”.
Segundo Zanatta, em contrapartida, as técnicas de artesanato do Senegal podem ser aproveitadas pelos baianos. “O Senegal, no contexto da África, tem grande experiência internacional e também produzido muita cultura voltada para o artesanato. É isso que a gente precisa observar”.
Aprovação dos turistas
Baiana que mora na Suíça, Lete Valete, 50 anos, afirmou que foi o pai dela quem indicou a visita à feira. “Estou achando sensacional que as pessoas possam viver da arte, do que sabem fazer. Nesta feira, eu me vi um pouco no Pelourinho, no Mercado Modelo, e vejo também um pedacinho da África. Eu visitei o Senegal e vi as roupas, a cultura. Estou me encontrando de verdade aqui”.
A americana Amy Jones, 29 anos, visitou a feira para ver e comprar lembranças da Bahia. “Eu estou curiosa, achei bom conhecer e poder ajudar estes artesãos a ganhar o seu dinheiro”.
Geração de renda e capacitação
Para os baianos que se dedicam à economia solidária, o associativismo cria boas oportunidades. Ana Maria Bonfim tem 51 anos e há 26 trabalha com artesanato. “Com a economia solidária eu pude melhorar minha técnica e o controle de tudo que produzo. Hoje consigo divulgar meu trabalho e pude crescer um pouco. Também podemos participar destas feirinhas sem pagar”.
A coordenadora do Centro Estadual de Economia Solidária, Luciana Embilina, informa que a economia solidária tem como base o trabalho coletivo para, em rede, fomentar núcleos produtivos e empreendimentos associativos, tendo como base a solidariedade. “Os centros públicos de economia solidária têm como objetivo dar assistência técnica nas áreas de design, administrativa, comercialização, entre outras. Temos hoje nove centros implantados no estado”.
Segundo Luciana, as feiras itinerantes surgiram como alternativa para viabilizar a comercialização, uma vez que a economia solidária ainda não é uma atividade muito conhecida. “Nós temos públicos a atingir. Um exemplo é o Centro Administrativo [CAB], onde fazemos eventos para alcançar os funcionários públicos que participam bastante”.
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