O gigante misterioso da América



Ainda não se sabe o número de espécies de pirarucu. Algumas delas só existiriam em museus. “Como é um material raro, ninguém vai permitir ao pesquisador destruí-lo para contar vértebras, por exemplo. Por essa razão, a técnica da tomografia poderia ajudar nessas questões mais básicas de taxonomia, do número de espécies, da morfologia, etc.”, sugere Lucas Torati.
Típico das bacias do Amazonas, Tocantins-Araguaia e de Essequibo, na Guiana Francesa, o pirarucu está entre os maiores peixes de água-doce do planeta, e apresenta rápido ganho de peso, atingindo 250 quilos e três metros. Com poucas espinhas e uma carne bastante demandada pelo mercado, sua reprodução ainda é um desafio para os produtores.
Presente na lista da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), o reduzido número de pirarucus na natureza é resultado de anos de pesca predatória.
Na maioria dos lugares, sua exploração não sustentável fez com que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) criasse em 2004 uma Instrução Normativa para regulamentar a pesca na Amazônia, proibindo-a em alguns meses do ano e estabelecendo tamanhos mínimos para captura e comercialização.
Em 2015 o governo do Amazonas também lançou um Marco Regulatório que prevê a pesca sustentável do animal, com base na contagem de peixes por hectare. Ainda assim, sua reprodução é insuficiente para retomar o equilíbrio da espécie. “O domínio das técnicas de multiplicação é muito importante para a cadeia produtiva e para a própria preservação do pirarucu”, atesta Torati.
Foto: Siglia Souza

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