Livro mostra como o Noroeste Paulista atua para melhorar ensino público municipal
O Instituto Positivo - braço social de um dos maiores grupos educacionais do Brasil - lança o segundo livro sobre Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADEs), um mecanismo de cooperação adotado por alguns municípios e que tem se mostrado viável e efetivo na busca de melhorias no ensino público. No livro Arranjos de Desenvolvimento da Educação: o que podemos aprender com as suas trajetórias?, os autores apresentam exemplos de como a organização pública intermunicipal permite que profissionais de diferentes redes de ensino de uma mesma região trabalhem juntos para reduzir as desigualdades na aprendizagem e fortalecer as gestões administrativas e pedagógicas, visando melhorar a qualidade do ensino ofertado para crianças e jovens. O livro traz uma análise quantitativa e qualitativa dos ADEs já implantados e consolidados, selecionando indicadores para entender o contexto dessas iniciativas. Os 15 Arranjos estão distribuídos em oito estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Bahia, Maranhão e Piauí. Além disso, é feita uma análise mais aprofundada de quatro ADEs: ADERA (Maranhão), ADE Granfpolis (Santa Catarina), ADE Noroeste Paulista (São Paulo) e ADE Agreste Litoral (Bahia). Os Arranjos de Desenvolvimento da Educação surgiram como uma forma de implementar e fortalecer o regime de colaboração, principalmente entre municípios com proximidade geográfica e, muitas vezes, com características socioeconômicas similares. “Porém, esta não é uma condição indispensável, já que a prática tem mostrado que municípios heterogêneos também podem cooperar entre si”, afirma Eduardo Grin, doutor em Administração Pública e Governo, mestre em Ciência Política, especialista em Sociologia e um dos autores do livro. Os ADEs são uma maneira de trabalhar em rede, permitindo que os municípios troquem experiências e solucionem em conjunto dificuldades na área de Educação. “Os ADEs vinculam Educação, identidade local, território e desenvolvimento, buscando reduzir as desigualdades regionais. Implementar políticas por meio dos ADEs implica cooperação intergovernamental e articulação com atores sociais”, afirma Catarina Ianni Segatto, mestre e doutora em Administração Pública e Governo, pós-doutoranda e professora do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC) e autora da obra. “Os Arranjos têm funcionado como um mecanismo que busca superar a lógica autárquica e competitiva entre jurisdições. Fortalecem as capacidades relacionadas à gestão educacional das secretarias municipais de Educação, o que ocorre, principalmente, por meio de formações e da troca de experiências e informações. Além disso, os Arranjos são mecanismos fundamentais para viabilizar ações mais específicas, como formações que seriam inviáveis de serem realizadas em redes de ensino menores”, finaliza Mozart Neves, educador, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, ex-secretário de Educação de Pernambuco e autor do prefácio da obra.
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