A pobreza menstrual e a saúde das pessoas que menstruam é um assunto que começou a ser debatido com maior clareza e recorrência nos últimos anos. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), um em cada quatro jovens no Brasil não têm acesso a produtos menstruais, e 713 mil meninas vivem sem acesso ao banheiro ou chuveiro em seu domicílio. Algo tão presente para a realidade de alguns, é, ao mesmo tempo, tão distante para outros. Apesar de existirem alguns projetos que arrecadam e distribuem absorventes descartáveis para pessoas em situação de vulnerabilidade, isso acaba gerando novos desafios.
O problema é que, segundo um levantamento feito pelo Instituto Akatu, uma pessoa, durante toda sua vida menstrual, pode utilizar até 15 mil absorventes descartáveis e acumular mais de 200 quilos de resíduos que não podem ser reciclados, como, por exemplo, o plástico, que compõe cerca de 90% de um absorvente. A maioria das comunidades tradicionais, por exemplo, não conta com coleta de lixo municipal, muito menos opções sustentáveis para o descarte de absorventes e acaba, muitas vezes, queimando seu lixo e poluindo o meio ambiente.
A Terra Indígena Tenondé Porã (SP), que contempla 10% da maior cidade da América Latina, lar da maior população Guarani Mbya no Brasil e localizada a apenas 55 km do centro da capital paulista, também tem suas dificuldades, em específico pela falta da coleta de lixo. Não ter um espaço adequado é prejudicial para a saúde da comunidade e para o meio ambiente. “Grande parte das mulheres da aldeia utilizam absorventes descartáveis, e algumas usam panos, que muitas vezes geram alergias recorrentes”, afirma Jerá Guarani, liderança indígena da TI Tenondé Porã.
Para auxiliar na saúde menstrual destas pessoas, no dia 30 de setembro a Vivalá - Turismo Sustentável no Brasil e a Pantys vão realizar um dia de imersão cultural na aldeia com 40 vagas disponíveis, em uma programação criada e já realizada entre os guaranis e a Vivalá, separando parte do dia para a realização da doação de calcinhas absorventes e sustentáveis da Pantys e uma roda de conversa sobre saúde menstrual com dicas para utilizar as soluções da Pantys. A inscrição subsidiada custa R$ 180 e pode ser feita aqui. A experiência contempla transporte ida e volta para a aldeia a partir da estação Ana Rosa do metrô; roda de conversa com lideranças indígenas; coral guarani; almoço tradicional; visita à agrofloresta e a ação de doação e conscientização, fechando o dia na casa de reza guarani. “O encerramento da Expedição com a cerimônia na casa de reza guarani é bastante forte e especial. É uma forma de honrar as tradições ancestrais daquela comunidade e finalizar o dia de imersão de uma maneira bastante emocionante para os visitantes”, ressalta Daniel Cabrera, Diretor Executivo e Cofundador da Vivalá.
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