Thais Aguiar faz duas apresentações do monólogo "Pagu - Do Outro Lado do Muro" na FLIP 2023
Com texto escrito por Tereza Freire espetáculo tem a atriz no papel de Patrícia Rehder Galvão, a Pagu e revela o resultado de uma investigação dos destroços mais profundos e pouco conhecidos da história da militante política e cultural, e uma das pioneiras do feminismo no Brasil
Há quatro anos, Thais Aguiar começou suas pesquisas para materializar a musa modernista no espetáculo “Pagu – Do Outro Lado do Muro”, com o texto de Tereza Freire. O espetáculo terá duas apresentações em Paraty durante a FLIP 2023, no dia 22, na Casa Pagã, e no dia 24, na Casa Gueto, pouco antes de sua morte completar 61 anos.
“É impressionante como a história de Pagu ainda faz uma provocação extremamente atual sobre a luta por justiça social e retomando uma cultura de papel transformador. As pessoas poderão vivenciar uma jornada cheia de detalhes para entender toda a complexidade dessa personalidade”, explica Thais
O texto é baseado no livro “Dos Escombros de Pagu”, resultado de uma tese de mestrado de Tereza Freire. A pesquisa, que durou quatro anos, resgata a vida e a obra dessa importante precursora de comportamentos político-sociocultural brasileiros de uma feminista, militante política, ilustradora, comunista e crítica literária e teatral. Ela marcou a história do Brasil, revolucionando e chocando a sociedade dos anos de 1930, com suas ações e pensamentos inovadores.
“Ao ler o livro eu fiquei extremamente apaixonada por Pagu e por tudo o que ela representa para o feminismo no Brasil, levantando essa bandeira em um período no qual as mulheres tinham pouco espaço para se expressar. Eu me agarrei a essa história que, como mulher, sinto que também é minha”, conta a atriz.
No palco, Thais traz uma Pagu que expõe a sua vida e a sua relação com Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e os modernistas, com seus filhos, amores, amigos, família, viagens, descobertas, alegrias, tristezas. A concepção cênica se propõe a repensar a linguagem de como o teatro narrativo foi apresentado, por meio dos estudos de Walter Benjamin e o teatro épico desenvolvido por Brecht.
Em “Pagu – Do Outro Lado do Muro”, a personagem volta para narrar sua trajetória de vida com todos os acontecimentos vividos e superados, sem qualquer sentimento de culpa e vitimização dos fatos. Uma interpretação que mergulha nas memórias da personagem e emociona pela veracidade dos acontecimentos vivenciados, deixando o público livre para interpretar a história como quiser e com isso a narração atinge uma amplitude para além da informação.
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