O setor de eventos em 2023 registrou um crescimento de 46% de acordo com pesquisa da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE), e foi um dos principais geradores de empregos no país. No ano, tivemos importantes nomes promovendo shows no Brasil, retornos de grupos musicais, exposições de grandes artistas, entre outros. Além disso, eventos menores, como os locais, também apresentaram grande público, que estava sedento por atrações em suas cidades e regiões. Por isso, em 2024 o principal desafio será manter e atrair para o país atrações que lotem estádios e espaços culturais, mas mais do que isso, eventos que tragam o público para diferentes nichos da cultura, movimentando todo o mercado. No setor de shows, por exemplo, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio de Janeiro projetou que apenas um show de uma grande artista internacional injetaria R$ 158 milhões só na economia do estado carioca. Ou seja, os números falam por si só quando o assunto é entender o quanto eventos como estes podem impactar. Por isso, inovar será a palavra-chave para os próximos anos para atrair o público e manter o crescimento do setor. Além da criatividade para chamar a atenção, utilizar-se de recursos tecnológicos pode ser uma boa solução, assim como se inspirar na experiência e organização de outros países.
Parcerias e fusões
Para 2024, o setor cultural terá que fazer grandes parcerias, assim como vimos em 2023. Por conta das atrações internacionais, o ano que passou fez fusões de relevância para a categoria. Estádios paulistas fecharam contratos multimilionários com produtoras dos Estados Unidos e estimam arrecadar R$ 60 milhões só nos próximos cinco anos, por exemplo. Esse tipo de parceria nos deixa esperançosos, pois podemos esperar novidades e eventos de impacto avassalador no meio. Além disso, essas fusões também são oportunidades para democratizar ainda mais o acesso da população a eventos culturais.
Sustentabilidade
De acordo com dados de uma pesquisa da Teads em parceria com o Kantar, nove em cada dez brasileiros afirmam que a sustentabilidade possui um papel central em suas vidas. A busca por uma rotina mais sustentável também se reflete nas tendências culturais. A conscientização ambiental está modificando a maneira como consumimos, produzimos e apreciamos a cultura. A título de exemplo, hoje, grande parte das ticketeiras são on-line, o que reduz a impressão de ingressos, contribuindo para a preservação da natureza. Dessa forma, a utilização de produtos recicláveis para montagem de palcos e artes precisam fazer ainda mais parte da cultura. Teatros disponibilizam playbooks por meio de QRCode, o que também auxilia na redução de papel. Além disso, nos próximos anos será ainda mais difícil nos depararmos com faixas pelas ruas para promover alguma atração, pois as redes sociais e aplicativos já são, de fato, os maiores meios para chamar atenção do público. Outro ponto a ser citado no que tange à sustentabilidade no meio cultural é a compensação de carbono, que desempenha um papel crucial, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa associadas a atividades culturais. Ao investir em projetos que reduzem ou neutralizam essas emissões ou mesmo fazendo a compensação, estamos não só minimizando o impacto ambiental dos eventos, mas também estabelecendo exemplos para outros setores. Integrar a sustentabilidade no meio cultural enriquece a expressão artística e contribui para a preservação do nosso planeta para as futuras gerações.
*Gislayne Araripe é Diretora Comercial da Beplauze.
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