Preço do gás natural coloca o Brasil na contramão da economia mundial, diz presidente da CNI



O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que o preço elevado do gás natural no país atinge a competitividade do setor produtivo brasileiro e prejudica setores importantes da indústria nacional.
“Estamos na contramão da história da economia mundial, pois o preço do gás no Brasil está absurdamente elevado”, enfatizou Alban, na tarde desta segunda-feira (22), durante a abertura de seminário sobre a abertura do mercado de gás natural, realizado pelo governo federal na sede da CNI, em Brasília.“O preço do gás mesmo com as crises geopolíticas cedeu no resto do mundo e continuamos com o preço inviável para esse insumo que é tão estratégico ao nosso país, para a produção de fertilizantes nitrogenados para o agronegócio. É um insumo energético e matéria-prima para os setores petroquímico e químico”, acrescentou o presidente da CNI.
Presente ao evento na CNI, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, relacionou a importância da abertura do mercado de gás natural ao Programa Nova Indústria Brasil, que busca fortalecer o setor industrial brasileiro.
“O Brasil viveu nos últimos 30 anos uma forte desindustrialização. É preciso agir nas causas do problema para podermos recuperar”, destacou Alckmin, antes de mencionar que a indústria nacional começou a se recuperar no ano passado, com um crescimento de 0,3% após quedas consecutivas em anos anteriores. “Precisamos de competitividade nos insumos, e um desses insumos é o gás natural”, completou o vice-presidente.
De acordo com Alckmin, os esforços do governo para aprimorar as normas e ampliar a competitividade do setor de gás natural têm como norte beneficiar os consumidores e o setor industrial. “Com a melhoria do ambiente de negócios, será possível aumentar investimentos e reduzir preços”, disse.


Relatório de diagnóstico do setor
Além de Alban e Alckmin, participaram da abertura do evento o senador Laércio Oliveira; o deputado federal Hugo Leal; o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia; o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Renato Dutra; o presidente da Associação Nacional de Agências Reguladoras (ABAR), Vinicius Benevides; o conselheiro executivo do Movimento Brasil Competitivo, Rogério Caiuby; e a diretora do Centro de Estudos de Regulação e Infraestrutura da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Joísa Dutra, responsável pela produção de um relatório de diagnóstico do setor de gás natural no Brasil que foi apresentado no evento. Joísa alertou que o gás só atingirá o desenvolvimento de seu potencial no país a partir do aprofundamento das regulamentações trazidas pela nova lei do gás, que acaba de completar três anos.
“A agenda regulatória é extensa e ambiciosa, mas o seu enfrentamento é crucial para destravar decisões concretas de investimento, as quais estão premidas pelo horizonte da transição energética. A maior competitividade do gás no país depende da continuidade do processo em curso e da articulação com as esferas estaduais”, afirmou.
Da Agência de Notícias da Indústria

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