Alitta, cantora, atriz e multiartista, fortalece sua trajetória com uma carreira significativa no Brasil e também na Europa. Em 2025, ela encabeça novos projetos que celebram suas raízes no funk e na cultura Ballroom. Entre eles, destaca-se a segunda edição do Festival The Face of Ball, programada para ocorrer entre junho e julho, totalmente voltado para artistas e fazedores da cultura Ballroom. Negra e trans, Alitta é um nome de destaque no cenário cultural brasileiro, onde desenvolve trabalhos que transitam entre o funk, o teatro e produções de alcance nacional e internacional. Nascida e criada na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, a artista usa sua trajetória para desafiar preconceitos em contextos ainda fortemente marcados pelo racismo e pela transfobia. “O Ballroom é mais do que uma dança. É um movimento político, social, cultural e educacional,” explica Alitta, diretora do filme The Face of Ball, lançado em 2021, que explora a cena Ballroom e inspirou o primeiro festival no Brasil dedicado exclusivamente a essa cultura. Realizado no Rio de Janeiro, o evento trouxe visibilidade para pessoas historicamente marginalizadas e contribuiu para a criação de novas oportunidades de emprego. “As Houses são formadas por pessoas que, muitas vezes, foram expulsas de casa, que não vivem, sobrevivem. Agora, essa comunidade, que sempre foi invisibilizada, tem a oportunidade de mostrar sua arte e sua resistência,” comenta.
A pré-produção de seu segundo filme já está em andamento, agora com uma abordagem focada nos bailes funk, com o cenário da Rocinha e a história de Cinderela como pano de fundo. “Buscamos trazer uma nova temática e estética,” Alitta destaca, explicando que o filme parte do desejo de contar a história de seus pais, que se conheceram em um baile funk, e de criar uma Cinderela negra e trans. “A pergunta é: que história queremos contar a partir de agora? Como contaremos nossas histórias e nossos sonhos?” Esses projetos de 2025 fortalecem o legado de Alitta, pavimentando o caminho para uma nova geração de artistas. Ela considera essas conquistas uma vitória coletiva e um avanço para a comunidade LGBTQIAPN+, que, mesmo sem acesso aos modelos tradicionais de educação, encontra na arte uma forma de resistência e transformação.
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