* Por Paulo Watanave |
Um dos principais obstáculos é a falta de governança de dados. Muitas empresas ainda não têm sistemas estruturados para gerir e monitorar informações, o que afeta sua qualidade e eficiência. Sem governança, há dificuldades para mapear onde os dados estão, como são acessados e usados, gerando problemas de catalogação e inconsistências. Além disso, faltam definições claras de papeis e responsabilidades e atenção a questões de segurança e privacidade, especialmente para dados pessoais. Outro desafio importante é a resistência cultural, já que a adoção de uma mentalidade orientada por dados exige mudanças culturais e maior capacitação digital. Existem maneiras de contornar esse desafio de gestão. Para lidar com o grande volume de dados, práticas eficientes de coleta e armazenamento são necessárias. O ciclo de vida dos dados inclui coleta, armazenamento, processamento, análise, publicação e eliminação, e cada etapa deve seguir normas de segurança, compliance e governança. O DAMA-DMBOK é um framework amplamente adotado que orienta a gestão eficaz desse ciclo. O uso de armazenamento em nuvem escalável, como Amazon S3 e Google Cloud Storage, facilita o gerenciamento de grandes volumes de dados. Para recuperação e análise, a categorização e indexação, além de políticas de governança como controle de acesso e catalogação, são essenciais. Segurança é prioritária, incluindo criptografia, backups e planos de recuperação de desastres. Além das ferramentas citadas que contribuem para a análise, a chegada da IA ao cenário da coleta de dados tem mostrado um grande potencial para aprimorar processos. Recentemente, a Microsoft anunciou um investimento significativo em infraestrutura de nuvem e IA no Brasil. A aplicação de IA pode ajudar a automatizar tarefas repetitivas e a gerar insights valiosos a partir de grandes volumes de dados. No Excel, a IA trouxe novas funcionalidades que tornam a análise mais rápida e precisa, permitindo que as organizações ganhem tempo em tarefas operacionais e possam focar em atividades estratégicas. Essa ferramenta é um recurso poderoso que, quando otimizado, capacita as organizações a tomarem decisões baseadas em evidências, garantindo inovação e vantagem competitiva. Observando as tendências futuras, a evolução dessa gestão aponta para um uso crescente de IA e IA generativa em vários setores. No entanto, um dos principais obstáculos será a governança de dados, com uma taxa de falha alta nessas iniciativas. Essa dificuldade está diretamente ligada à falta de investimentos e ao tempo e recursos insuficientes aplicados em uma governança estruturada. A sustentabilidade e a transformação digital são também temas recorrentes, com previsão de que, segundo a pesquisa “Over 100 Data, Analytics and AI Predictions Through 2030” da Gartner, até 2027, 70% das empresas adotem pelo menos uma aplicação de IA generativa, embora poucas atinjam o retorno esperado sobre o investimento. Com práticas estruturadas e o uso de tecnologias como IA, empresas podem superar essas barreiras e otimizar processos. Assim, ao alinhar inovação e estratégia, organizações têm a oportunidade de obter insights valiosos e impulsionar resultados.
Paulo Watanave é head of Data & Analytics na NAVA Technology for Business
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