“Cancrum
Oris” ou simplesmente NOMA é encontrado quase que exclusivamente em crianças
desnutridas nos países mais pobres do mundo, tais como a Nigéria e Etiópia. A
NOMA atinge em especial crianças entre os 2 aos 6 anos de idade, que se
encontram debilitadas e mal nutridas, principalmente em países
subdesenvolvidos, tais como alguns países do continente africano, e hoje,
chegando América do Sul.
Têm
sido descritos também raros casos de NOMA em adultos severamente
imunodeficientes, como portadores da AIDS, mielopatia ou que estão sendo
submetidos a um tratamento imunossupressor.
Acredita-se
que os principais agentes etiológicos envolvidos na noma são as bactérias
oportunistas
Fusobacterium necrophorum e Prevotella intermedia, que podem
interagir com outras bactérias, tais como a Borrelia vincentii, Porphyromonas
gingivalis, Tannerella forsynthesis, Treponema denticola, Staphylococcus aureus
e Strepto-coccus spp.
Além
da má nutrição, outros fatores predispõem o surgimento desta patologia, como:
Higiene
oral inadequada;
Saneamento
básico ineficiente;
Água
não potável;
Ocorrência
recente de outra doença;
Distúrbio
de imunodeficiência, como, por exemplo, a AIDS.
Esta
doença foi observada em campos de concentração de nazistas, durante a Segunda
Guerra Mundial e foi estudada pelo médico nazista Josef Mengele. Nos dias de
hoje esta doença praticamente não é mais encontrada, com exceção de casos
relacionados a condições imunossupressoras.
Diferentemente
de outros tipos de infecção, esta é capaz de atravessar barreiras anatômicas,
como a musculatura, de forma que há o desenvolvimento de úlceras nas membranas
mucosas da boca, com rápido e indolor comprometimento dos tecidos da face,
incluindo os ossos. Também pode haver o comprometimento dos órgãos genitais,
recebendo, nesse caso, o nome de NOMA PUDENDI.
A
doença está relacionada com alta morbidade e alta mortalidade, sendo que entre
80% a 90% dos indivíduos afetados pela NOMA morrem em decorrência da doença,
porém para aquelas que sobrevivem, resta à trágica situação de passar o resto
dos seus dias com desfigurações tão grotescas a ponto de serem rejeitadas por
suas sociedades.
A
evolução da afecção deve ser freada com o uso de antibióticos, em associação
com a melhoria da nutrição. Todavia, a deformação que causa é permanente e pode
ser necessário realizar cirurgia plástica reconstrutiva para reparar os danos.
Esta última deve ser adiada até a recuperação completa do paciente, que tipicamente se dá
após um ano do início do tratamento.
A prevenção desta doença é feita através da melhoria da
higiene oral e da nutrição.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 500
mil crianças são vítimas do NOMA na África.
O
que mais choca nisso tudo, acredite, não são as deformações, mas sim que este
mal devastador, pode ser prevenido apenas com uma alimentação saudável e
higiene bucal.
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