Sócrates diz que Ministério Público "não foi capaz de apresentar nada" contra ele



Lisboa - O antigo primeiro-ministro português José Sócrates garantiu esta segunda-feira, após ter sido interrogado durante mais de seis horas no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa, que o Ministério Público "não foi capaz de apresentar nada, a não ser uma escuta aqui, uma escuta ali".
Sócrates confessou estar "espantadíssimo" por alegadamente os investigadores não lhe terem apresentado "elementos de facto, que pudessem sustentar as suas alegações".
O antigo primeiro-ministro voltou a ser interrogado esta segunda-feira no âmbito da Operação Marquês, em que é suspeito de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. A investigação, que já leva três anos, constituiu até ao momento 25 arguidos, mas não avançou ainda com as acusações formais.
O prazo para que o Ministério Público deduza as acusações ou arquive o processo termina na sexta-feira, mas segundo a imprensa portuguesa esse limite temporal poderá não ser cumprido.
José Sócrates aproveitou os minutos antes e depois do interrogatório para se voltar a defender perante a comunicação social, classificando como absurda a ideia de ter sido corrompido pelo ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado. Segundo o ex-primeiro-ministro essa tese não faz sentido.
Sócrates é suspeito de ter recebido dinheiro do BES pela sua atuação como chefe de Governo, ao levar o Estado português, através da Caixa Geral de Depósitos (CGD), a bloquear a compra da Portugal Telecom (PT) pelo grupo Sonae e a incentivar a posterior venda da participação na brasileira Vivo e compra de uma posição na Oi.
As alegações, comentou Sócrates, "são tão absurdas, para não dizer estapafúrdias", e " não têm o mínimo de sustentação com a realidade".
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