Comerciantes e clientes ignoram decretos e fazem aglomerações em bairros de Itabuna


Muitas pessoas ficaram aglomeradas, na manhã desta quinta-feira (28), no calçadão da rua Rui Barbosa, no centro de Itabuna, cidade no sul da Bahia. A população ignorou as recomendações de isolamento social, mesmo após a prefeitura do município ter determinado o fechamento de alguns serviços por meio de decreto.
Até sexta-feira (29), podem funcionar apenas farmácias, padarias, unidades de saúde, mercados, bancos, lotéricas, serviços funerários, postos de combustíveis, indústrias e limpeza pública, além de serviços de delivery de alimentos e medicamentos.
Apesar do decreto da prefeitura, vários comerciantes foram trabalhar nesta quinta. Uma loja de roupas no calçadão da rua Rui Barbosa estava aberta e com a mercadoria exposta do lado de fora.
"Para limpar a mercadoria. Estava tudo 'embolorado'", contou o comerciante.
"Isso não justifica, porque teve vários dias para ele tirar as roupas, levar para a casa dele e fazer a limpeza na casa dele. Ele foi notificado e amanhã, por acaso, se a gente pegar ele cometendo a mesma infração, aí ele vai ser autuado", disse o diretor de indústria e comércio, Edvaldo Santos.
Ainda no calçadão, muitos ambulantes precisaram recolher tudo e voltar pra casa. Robson Ribeiro tem duas lojas, mas, desde que o comércio fechou, há dois meses, está vendendo na rua para diminuir prejuízo.
"Eu tenho duas lojinhas pequenas, pago R$ 6 mil de aluguel, agora imagine, a dona do ponto não quer saber disso não, ela quer receber o dinheiro dela, meus funcionários tem que receber. Eu tenho que me esforçar para pagar três pessoas e três filhas que eu tenho", reclamou.
"O que eu vou fazer da minha vida se eu não puder ir para rua trabalhar? Eu tenho 10 dias trabalhando para manter minha loja de pé, porque se não nós vamos fechar dois comércios de Itabuna e vamos demitir quatro pessoas. Quatro mães de família", disse o comerciante.
Neste primeiro dia de reforço das medidas de contenção ao avanço da Covid-19, muita gente desrespeitou as ordens do governo estadual. Na Avenida Cinquentenário, o movimento de pessoas foi grande e lojas de produtos que não são essenciais, e não estão autorizados a funcionar nem sob o decreto municipal, acabaram abrindo nesta quinta.
Uma loja de brinquedos estava de portas fechadas, mas expunha as mercadorias na calçada, e havia funcionários fardados trabalhando. Eles foram notificados pela Secretaria de Indústria e Comércio e precisaram guardar tudo e parar de vender.
Além do movimento intenso de carros e pessoas no centro da cidade, lojas de material de construção também foram encontradas abertas. Assim como as óticas, que podem funcionar de acordo com o decreto municipal, mas não de acordo com decreto estadual.
"Tentaram abrir desacreditando no decreto do estado e o decreto do estado está acima dos outros decretos", contou o diretor de comércio.
No primeiro momento, é dada orientação e notificação. Se a empresa resistir, pode pagar multa, perder o alvará de funcionamento e até ter mercadoria apreendida.

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