Reitor da Uesc participa de missão acadêmica com o Papa Francisco no Vaticano

O reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Alessandro Fernandes, participou da audiência com o Papa Francisco, durante o encerramento do "Encontro entre Reitores de Universidades Latino-Americanas e Caribenhas: Organizando a Esperança", realizado no Vaticano, nos dias 20 e 21 de setembro. O Papa Francisco pediu às universidades para dialogarem com a juventude, chamando-a para recuperar e organizar a esperança. Segundo o reitor, o Papa conclamou os gestores acadêmicos argumentando que os jovens têm direito a um cosmos equilibrado e, nesse sentido, fez críticas à cultura do consumo, às toneladas de plástico deixadas no mar e a todas as formas de degradação ambiental. O pontífice apresentou a agenda internacional para a América Latina e o Caribe e solicitou aos reitores e reitoras que as universidades promovam uma educação para a liberdade, para a transformação, que convençam os jovens e as jovens a serem lideranças da transformação do processo econômico e do processo ambiental. O líder mundial da igreja católica indicou que é preciso gerar um sentimento ecológico integral e demonstrou grande preocupação com o extrativismo mineral como uma das formas de agressão ao meio ambiente e geração de doenças. Também condenou a cultura do consumo e de excessos, usando o termo “os descartados”, atribuído “às pessoas que são deixadas pelo caminho como lixo, como se faz com coisas e objetos”, e afirmou: “é importante cuidar a terra, acariciar a terra, ensinar os jovens a considerar a terra como mãe”. Durante o encontro, os reitores e reitoras puderam fazer perguntas, que foram respondidas pelo Papa. Nas reuniões dos Grupos de Trabalho que antecederam a audiência com o Papa Francisco, o reitor Alessandro Fernandes parabenizou o Sumo Pontífice por conseguir reunir no Vaticano as Universidades da América do Sul e do Caribe, coisa que é muito difícil acontecer em nosso continente. Economista por formação, o reitor da Uesc ressaltou que ao tratar de tecnologia, crise econômica e tecnocracia, se faz necessário trazer a palavra humanismo. “A tecnocracia sem humanismo não consegue transformar a sociedade. Antes, porém, precisamos democratizar o acesso à tecnologia”, frisou. Citando a experiência da Uesc no período pandêmico, quando uma parcela de estudantes pôde contar com equipamentos de última geração e internet de banda larga, a maioria não tinha sequer um simples celular para acompanhar as aulas remotas. “Falar em tecnologia demanda repensar o papel da tecnocracia. A tarefa precípua da Universidade é transformar a vida das pessoas. Assim, conseguiremos transformar o mundo”, disse o reitor, que sugeriu a constituição de um grupo permanente de representantes das instituições de ensino superior latino-americanas-americanas e caribenhas para ampliar o intercâmbio e dialogar sobre essas diversas questões.

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