Defasagem de policiais penais subiu para 37%
Considerando as baixas por aposentadoria e os servidores em desvio de função, há 24.039 policiais penais em atividade atuando na segurança dos presídios. O número total de vagas para APS e AEVPS é de 38.083, o que significa que hoje o sistema prisional paulista tem um deficit de 36,9%. Cada dois policiais fazem o serviço de três. “Esse percentual aumenta diariamente, já que todos os dias há baixas por aposentadoria, exoneração ou licença médica”, completa o presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá.
Insegurança para todos
A falta de policiais penais não apenas expõe os servidores a um risco maior de agressões por parte dos detentos, mas também aumenta significativamente o perigo de fugas e motins, impactando diretamente a segurança da sociedade. "Desde 2022 estamos alertando o governo do Estado sobre o iminente colapso do sistema prisional paulista. Esse alerta foi reforçado pelo STF, que reconheceu, em outubro passado, o estado de coisas inconstitucional no sistema penitenciário brasileiro. Apesar desses alertas, não há expectativa de melhora nesse quadro em 2024 ou 2025, já que o governo informou que faria concurso após a regulamentação da polícia penal, o que ainda não aconteceu, e há um longo prazo para que aprovados em futuros concursos comecem a atuar”, comenta Jabá.
A defasagem de servidores é agravada pelas condições precárias e de superlotação enfrentadas pelas unidades prisionais. Em 2023, foi registrado um aumento alarmante de 304% nas agressões contra policiais penais em comparação com o ano anterior. Além disso, o número de brigas e motins triplicou, evidenciando uma escalada da violência dentro do sistema. A contratação de novos policiais penais, a melhoria das condições de trabalho e a implementação de políticas de segurança eficazes são medidas urgentes para estabilizar o sistema prisional e proteger a sociedade dos riscos que essa crise representa para a segurança pública. “O sistema prisional não é um universo apartado da sociedade. Tudo o que acontece dentro de uma penitenciária tem reflexos do lado de fora das muralhas, seja entre os servidores do sistema, entre os familiares dos sentenciados e toda a sociedade, porque a segurança pública é afetada como um todo”, completa Jabá.
Fábio Jabá,
presidente do SIFUSPESP
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