A Defesa Civil do Maranhão: 1.031 famílias desabrigadas e 2.909 desalojadas |
A casa da sogra dela, localizada no mesmo povoado, desabou. “Ela perdeu a casa e eu perdi as minhas coisas, que a gente tanto luta para construir. A gente foi chorar, mas depois pensou que o melhor é estar vivo”, disse. Em Lagoinha, onde moram pelo menos cem famílias, ao menos dez casas foram totalmente destruídas pelas enchentes, de acordo com o Diário Oficial do Município. A maioria das residências atingidas era construída de adobe, que são tijolos de terra crua.
Dos 217 municípios do Maranhão, ao menos 31 decretaram situação de emergência este mês pelo impacto das chuvas fortes. Na última semana, a Defesa Civil do Maranhão informou que havia pelo menos 1.031 famílias desabrigadas e outras 2.909 desalojadas. Uma pessoa morreu. A situação do estado é grave e, em um momento em que o país enfrenta uma tragédia de grandes proporções no Rio Grande do Sul, o pânico impulsiona boatos e notícias falsas na internet. Na última semana, imagens de cheias históricas que impactaram cidades maranhenses em 2023 viralizaram nas redes sociais, como se tivessem sido registrados este mês. O governador Carlos Brandão (PSB) divulgou uma nota desmentindo os conteúdos alarmistas. Na nota, contudo, Brandão afirma que “todas as famílias que estavam desabrigadas já retornaram para suas casas”. Mas a realidade é diferente.
A Agência Pública apurou que ainda há famílias desabrigadas e desalojadas em vários dos municípios atingidos pelas chuvas. Em Anapurus, município de 13,7 mil habitantes, ao menos 11 famílias que tiveram suas casas derrubadas ainda estão desalojadas, de acordo com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Maranhão. Todas estão vivendo na casa de familiares, sem previsão para retornar às suas residências.
Carlos Brandão, governador do Maranhão, em visita a Barreirinhas, cidade afetada pelas chuvas no estado, em 10 de maio
No município de Mata Roma, que tem 17.090 habitantes, 37 famílias ficaram desabrigadas porque tiveram suas casas destruídas pelas chuvas do mês de abril. Pelo menos 31 famílias ainda estão sem residência. No dia 3 de maio, a prefeitura de Mata Roma decretou situação de emergência em cinco diferentes povoados: Lagoinha, Barra do Roberto, Barra dos Macacos, Guadalupe e Primeiro Campos. Segundo o próprio Diário Oficial do Município, essas pessoas “estão morando de favor em casa de parentes ou amigos”.
Desde a chuva forte em 14 de abril até o momento da publicação desta matéria, Naijane Brito, moradora de Mata Roma, ainda não havia retornado à sua casa, invadida pela água. “Quando foi para voltar para a minha, já não consegui. A água não deu passagem. […] A gente se agoniou muito. Ainda bem que, graças a Deus, a gente só perdeu as coisas e as casas, e não morreu ninguém.” Junto com o marido e os quatro filhos, ela mora em um abrigo improvisado, feito de palhas de palmeira e sacos, ela espera ajuda. Naijane disse que não está recebendo auxílio financeiro da prefeitura. No começo do mês de maio, o governo federal enviou recursos para algumas prefeituras maranhenses que haviam decretado situação de emergência. O valor repassado ao estado ultrapassa R$ 1,5 milhão. Somente o município de Lagoa Grande, onde pelo menos 80 famílias ficaram desabrigadas, recebeu quase meio milhão de reais.
A Pública questionou a prefeitura de Lagoa Grande sobre quantas pessoas ainda estão desabrigadas e sobre quanto dos recursos enviados pelo governo federal será destinado para ajudar essas pessoas. A prefeitura não retornou até a publicação. Questionamos também as prefeituras de Mata Roma e Barreirinhas sobre a ajuda financeira para as famílias desabrigadas, mas não recebemos retorno até o momento.
No município de Mata Roma, que tem 17.090 habitantes, 37 famílias ficaram desabrigadas porque tiveram suas casas destruídas pelas chuvas do mês de abril. Pelo menos 31 famílias ainda estão sem residência. No dia 3 de maio, a prefeitura de Mata Roma decretou situação de emergência em cinco diferentes povoados: Lagoinha, Barra do Roberto, Barra dos Macacos, Guadalupe e Primeiro Campos. Segundo o próprio Diário Oficial do Município, essas pessoas “estão morando de favor em casa de parentes ou amigos”.
Desde a chuva forte em 14 de abril até o momento da publicação desta matéria, Naijane Brito, moradora de Mata Roma, ainda não havia retornado à sua casa, invadida pela água. “Quando foi para voltar para a minha, já não consegui. A água não deu passagem. […] A gente se agoniou muito. Ainda bem que, graças a Deus, a gente só perdeu as coisas e as casas, e não morreu ninguém.” Junto com o marido e os quatro filhos, ela mora em um abrigo improvisado, feito de palhas de palmeira e sacos, ela espera ajuda. Naijane disse que não está recebendo auxílio financeiro da prefeitura. No começo do mês de maio, o governo federal enviou recursos para algumas prefeituras maranhenses que haviam decretado situação de emergência. O valor repassado ao estado ultrapassa R$ 1,5 milhão. Somente o município de Lagoa Grande, onde pelo menos 80 famílias ficaram desabrigadas, recebeu quase meio milhão de reais.
A Pública questionou a prefeitura de Lagoa Grande sobre quantas pessoas ainda estão desabrigadas e sobre quanto dos recursos enviados pelo governo federal será destinado para ajudar essas pessoas. A prefeitura não retornou até a publicação. Questionamos também as prefeituras de Mata Roma e Barreirinhas sobre a ajuda financeira para as famílias desabrigadas, mas não recebemos retorno até o momento.
Por Texto: Giovana Kury | Edição: Mariama Correia
As chuvas fortes estão deixando um rastro de destruição no estado
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