A Comissão de Defesa do Consumidor e Relações de Trabalho discutiu, na manhã desta quarta-feira (29), o Desenvolvimento de Boas Práticas em RH, Gestão de Pessoas e Liderança, visando fortalecer as relações humanas nas organizações. Proposta e comandada pelo deputado Tiago Correia (PSDB), a audiência pública abordou um tema “de fundamental importância para a sociedade”, uma vez que as relações humanas permeiam todas as atividades das pessoas, seja em casa, seja no trabalho, considerou o parlamentar. A importância da gestão de pessoas atinge e interessa, inclusive, ao Estado, na visão do presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Bahia (ABRH), Vitor Igdal. Ele ampara sua posição em citação do psicólogo Simon Sinek, ao afirmar que 100% das organizações são formadas por pessoas, assim como 100% dos clientes, empresas e instituições também são formadas por pessoas. “Se não entendemos as pessoas, não entenderemos de negócios e de organizações”, disse. Para ele, ao se aprender as melhores técnicas e estratégias para potencializar a gestão de pessoas, potencializa-se a economia, as organizações e a sociedade.HUMANIZAÇÃO
Opinião semelhante tem a vice-presidente da ABRH, Daniela Facchinetti, para quem não dá para falar de trabalho sem falar de pessoas. “É tudo sobre pessoas”, declarou, ao se posicionar em defesa da evolução do entendimento do que era o antigo recursos humanos para as relações humanas. Mesma posição foi expressa pelo Diretor de Governança da Associação. Para Carlos Neto, é chegada a hora de “humanizar as relações humanas” de forma a construir um ambiente de trabalho “melhor e mais agradável”.
O presidente da ABRH-Bahia alerta que a gestão de pessoas depende da habilidade das lideranças. Ele amplia a questão e adianta que, para a existência de um Estado mais sustentável, com mais assertividade, a gestão de pessoas é essencial. Neste processo, disse, a liderança reconhece a cultura organizacional da instituição, identifica seu propósito, visão, missão e valores. “Quando se tem isso de maneira clara, o líder coloca todos esses elementos em prática. O resultado é que passa a haver mais confiança no universo corporativo. E quanto mais confiança, mais engajamento. Quanto mais engajamento, mais faturamento”, analisou Vitor Igdal.
Recentemente, servidores da Superintendência de Recursos Humanos (SRH) da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) participaram do encontro da Associação Nacional dos Servidores Públicos em Recursos Humanos (ANSREHL), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Esta troca de experiências e aprendizados irá propiciar a identificação das necessidades da organização e melhor aproveitamento dos servidores com adequação dos seus perfis profissionais às diversas áreas de atuação, alcançando uma gestão mais moderna e qualificada para atender demandas num cenário de constantes desafios do Poder Legislativo.
Segundo o superintendente Francisco Raposo, que marcou presença no encontro, o processo de modernização da gestão de pessoas na ALBA alcança uma nova fase. “Iniciamos com a busca de soluções próprias de tecnologia e estruturação da equipe de RH e agora partimos para, brevemente, tratarmos da capacitação dos gestores e colaboradores e a implementação de políticas específicas. Norteados por essa diretriz, a gestão de pessoas na ALBA irá, indubitavelmente, contribuir sobremaneira para o ganho da organização e seus colaboradores”, revelou.
É este o caminho que Vitor Igdal defende como o futuro do RH. Segundo ele, um dos grandes desafios do segmento é a contratação e engajamento de talentos. Outra vertente apontada é a transformação digital do RH, “último setor da empresa para vivenciar a transformação digital, o que gera sobrecarga para os gestores, que cuidam das pessoas. Mas quem cuida do gestor?”, questionou Igdal, ao defender a tese de que vivenciamos o que ele chama de “dissonância cognitiva organizacional”, que é quando as empresas falam uma coisa e praticam outra.
Apesar dos gargalos e desafios, da automação e da inteligência artificial, Vitor Igdal revela-se um otimista e acredita que mudanças já estão em curso. “Há futuro. O futuro é o ser humano, porque, independente da tecnologia e inovação, da governança e das estratégias, no final do dia é tudo sobre pessoas”, disse.
Compuseram a mesa dos trabalhos da audiência pública, além de Igdal, Carlos Neto, Daniela Facchinetti; Cesar Almeida, ex-presidente da ABRH e Trícia Rocha, da agência de publicidade Propeg.
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