A cerimônia de homenagem a 16 pesquisadores que estão entre os maiores especialistas de café do mundo, realizada nesta quarta-feira, 13/11, no IAC (Instituto Agronômico de Campinas), foi marcada pela emoção e pela celebração à ciência. O evento reuniu estudiosos, autoridades, familiares dos homenageados e imprensa. O reconhecimento comoveu os pesquisadores e o público que acompanhou a solenidade. A iniciativa faz parte de uma programação de homenagens ainda maior. É que a edição deste ano do leilão anual Masterpieces by Daterra será dedicada exclusivamente a pesquisadores brasileiros, cientistas, geneticistas e estudiosos cujo trabalho inovador teve um impacto profundo no mundo do café. Toda a arrecadação do leilão, estimada em cerca de R$ 500 mil, será revertida para os pesquisadores e para a doação de três bolsas de estudos para pesquisas ligadas ao café. Cada um dos homenageados dá nome a um dos cafés que serão leiloados.
“A pesquisa é o preparo para o futuro. Os efeitos das mudanças climáticas interferem drasticamente na cultura do café. E o trabalho desses estudiosos permite que os desafios sejam superados, mantendo a produção de cafés excepcionais. O evento é uma homenagem à dedicação e empenho dos pesquisadores”, comentou Luís Norberto Pascoal, presidente da Daterra. Durante o evento, cada homenageado recebeu um quadro com uma pintura do seu retrato, feita pelo artista plástico Lucas Paulucci, uma amostra do café especial que levará o seu nome e um encarte com um breve histórico de sua trajetória. Depois da solenidade, o público pode saborear um Coffee Break com degustação dos cafés que serão leiloados.
“É um reconhecimento muito importante para mim. Estou emocionado porque estamos vivendo um período de pouca valorização das pesquisas”, comentou Marcelo de Camargo, um dos pesquisadores. O renomado cientista de climatologia, iniciou a carreira inspirado pelo pai, Ângelo Camargo, também homenageado.
Alcides Carvalho, considerado uma das maiores referências em pesquisa cafeeira no Brasil e no mundo, também foi reverenciado. Pioneiro em genética cafeeira, ele ajudou o Brasil a se tornar o maior produtor de café do mundo. Mesmo após a sua morte, em 1993, o legado de Alcides Carvalho, que dá nome ao Centro de Café do IAC, continua inspirando a pesquisa cafeeira. Familiares de Alcides Carvalho participaram do evento e receberam as homenagens.
O reconhecimento aos pesquisadores ocorre em um momento de apreensão na esfera científica. A possibilidade de venda de parte da fazenda do IAC, onde fica um dos principais bancos de germoplasma de café do mundo, preocupa os pesquisadores. O banco de germoplasma reúne cerca de 5 mil ‘acessos’, que são plantas de diferentes tipos de café, muitos considerados raros e em extinção. Ontem, os estudiosos saíram em defesa do IAC.
O subsecretário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Orlando Melo de Castro, esteve presente no evento. Questionado pela imprensa sobre a venda da fazenda do IAC, ele disse que não será realizada nenhuma ação que prejudique as pesquisas.
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