Criolo fecha segunda noite da Expo em clima de paz, consciência e ancestralidade

O segundo dia da Expo Internacional Dia da Consciência Negra foi recheado de manifestações que lembram o passado, que fincam um pé no presente, mas sempre com o olhar em um futuro melhor para pretas e pretos da cidade de São Paulo e do Brasil. O evento da Prefeitura de São Paulo, realizado por meio da Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI), dentro da política pública São Paulo: Farol de Combate ao Racismo, se consolida como o espaço para todas as manifestações afro-brasileiras. Samba, hip-hop, charme, moçambique, coral afro, e tudo aquilo que lembre e celebre a potência negra. “Ainda temos muito a avançar quando falamos de racismo estrutural, mas somos um povo alegre, que se manifesta através da arte, da gastronomia, da moda, da religiosidade e de tantas outras formas. Respeitem a cultura afro-brasileira, ela é de todos nós!”, lembra a gerente de projetos e responsável pela Expo, Elaine Gomes.“Quem é que guarda a memória do samba?”, pergunta o baluarte e compositor da Vai-Vai, Fernando Penteado, na música “Tributo à Velha Guarda”. Na sequência, o coral de pastoras responde: “é a velha guarda, seu moço”. Diferente do samba carioca em seu andamento e na sua resistência, em São Paulo o batuque dos nossos tambores está relacionado com o carnaval de rua, as escolas de samba e a influência do samba de bumbo. Nascido no Centro, na região da Liberdade e da Praça da Sé, o samba paulistano desde 1991 tem no Sambódromo do Anhembi o seu epicentro.
Para os sambistas a história e a ancestralidade dos griôs celebrada em um evento como a Expo fortalece cultura de aquilombamento e resistência dos negros em SP. “O preconceito que o samba e os negros sofreram eu vejo como aprendizado. Cultuar o passado sim, mas sem deixar de olhar para o futuro, andar para frente. Andar para frente é bom, né? Temos que evoluir sempre e é isso que estamos fazendo”, explica Raimundo Pereira, o Mercadoria, de 82 anos, que é o responsável pelo departamento da velha guarda da LigaSP das Escolas de Samba, além de ser um dos quatro fundadores da entidade que organiza o carnaval paulistano.

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